Técnicas de negociação, são para todos
Agentes do FBI, diplomatas da ONU e empresários têm algo em comum: a necessidade diária de negociação. A negociação não se limita a transações comerciais, mas permeia todos os aspectos da vida, desde escolher restaurantes até questões cruciais, como acordos de paz e resgate de reféns.
No ambiente corporativo, a negociação desempenha um papel crucial em nossos relacionamentos com clientes, colaboradores, supervisores, fornecedores e investidores. É a arte de buscar acordos quando interesses e posições divergem.
Uma negociação bem-sucedida requer mais do que simplesmente expor argumentos. Envolve diversas etapas, como preparação, planejamento, definição de objetivos, uso de argumentação baseada em fatos, agir com objetividade e assertividade, superar objeções e estar pronto para concessões. Cada negociação tem consequências, positivas ou negativas, que dependem da postura adotada.
A habilidade de negociação é desenvolvida ao longo do tempo, com a aplicação de métodos, técnicas e conhecimento adquirido. Neste artigo, abordaremos três técnicas fundamentais para o sucesso na negociação: domínio dos 3 pilares da negociação, adoção de posturas adequadas e identificação dos estilos de negociadores. Continue lendo para obter insights valiosos.
- Dominar os 3 pilares da negociação
- Refletir sobre qual postura adotar durante a negociação
- Identificar e trabalhar os estilos de negociadores em si mesmo e no outro
1. Dominar os 3 pilares da negociação
Herb Cohen, autor do best seller “Você Pode Negociar Qualquer Coisa”, já atuou em grandes negociações — seus clientes de consultoria incluem o FBI, a CIA e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, para citar alguns. De acordo com ele, a ciência da negociação se baseia em três pilares: conhecimento, tempo e poder.
1.1. Conhecimento
Para construir o conhecimento, é necessário buscar entender profundamente o tema sobre o qual está falando e, também, pesquisar a respeito daquele com quem está falando, entender suas necessidades e motivações. Essas informações devem ser precisas, pois fornecerão bons argumentos e ajudarão a embasar toda a negociação.
1.2. Tempo
O tempo não é relativo somente ao momento do relógio, mas às oportunidades. É essencial adequar nossos movimentos ao melhor timing possível, observando não só as reações da pessoa com quem estamos negociando, mas também o contexto. Por exemplo, no caso de setores de vendas, deve-se pensar: como está a situação de oferta e demanda e qual é a previsão para os próximos meses? Seria interessante aproveitar uma data específica — como a Black Friday — para oferecer promoções e fechar o negócio? É preciso reconhecer quando o tempo está a nosso favor ou contra nós. Isso faz toda a diferença em nosso posicionamento.
1.3. Poder
O último pilar, mas não menos importante, é o poder. Poder este que se mostra na influência, na convicção, nas decisões, no domínio do assunto que está sendo tratado. O exercício desse poder faz com que ambas as partes se sintam mais seguras para negociar. Para conseguir praticá-lo, é preciso ter autoconfiança, mas sempre com cuidado para não agir de modo arrogante ou grosseiro.
O poder é expresso pela nossa capacidade de fazer prevalecer nossas posições ou impedir que o outro, prevaleça com as dele. É levar o resultado da negociação o mais próximo de nossos objetivos.
Não é simples dominar esses três pilares. Mas compreendê-los e buscar aplicá-los é essencial para alcançar negociações de êxito.
2. Refletir sobre qual postura adotar durante a negociação
Outra questão importante na ciência da negociação é observar não só o que negociamos, mas como negociamos. Como agimos durante o processo? Qual é a nossa postura? O que ela provoca no outro negociador? Isso é relevante porque ele conspira contra ou a nosso favor como resultado de sua percepção da postura que assumimos no processo de negociação. Nós somos responsáveis pelo sentimento que fazemos “brotar” no outro negociador.
Há duas posturas básicas a considerar quando negociamos:
2.1. Nossa consciência é o limite
É quando entramos numa negociação e não nos importamos com as possíveis consequências futuras em relação à postura assumida. Esse é o caso da postura ganha x perde em que o que interessa é o momento específico e o resultado imediato da negociação. A consciência é o limite e são feitas as chamadas “propostas indecentes” ou “forçada de barra”, pressão.
Essa postura pode levar a acordos, mas pode também prejudicar o relacionamento futuro com a outra parte. Pode ser que o outro fique na defensiva e se sinta lesado, ou até que não queira mais fazer negócios com a empresa. O fato é que o desinteresse em negócios futuros não me importa no momento presente.
2.2. Queremos manter relações saudáveis para o futuro
Nesse caso, estamos preocupados em quais consequências estaremos gerando para o futuro, uma vez que temos interesse em manter uma relação produtiva com a outra parte. Prevalece neste caso a postura ganha x ganha, o que faz com que eu considere as necessidades do outro. A comunicação assertiva é imprescindível, pois, na falta dela, pode ser que os acordos fechados não beneficiem a empresa tanto quanto poderiam.
Antes de entrar na negociação, é preciso pensar bem em qual postura adotar e quais serão suas consequências.
3. Identificar e trabalhar os estilos de negociadores em si mesmo e no outro
O conhecimento do outro negociador, como mencionamos, é fundamental. Porém, esse conhecimento não deve ser apenas da experiência da pessoa, de suas habilidades e carreira profissional, por exemplo, mas também de seu estilo de negociação.
É essencial reservar um curto tempo, logo no início do contato, para observar e escutar. Com isso, identifica-se quem é o outro, o que ele busca de fato e o que provavelmente fará para conseguir o que quer. Só a partir desse momento é que será possível lidar com ele da melhor forma para atingir suas metas.
É importante, também, identificar o próprio estilo e o dos outros integrantes da equipe. Devemos ressaltar que o objetivo, aqui, não é mudar o estilo de ninguém. Nunca perca tempo tentando converter o outro para seu estilo, porque isso não funcionará. O autoconhecimento vai revelar as maiores dificuldades de cada um e possibilitará um desenvolvimento gradativo e um entendimento mais claro de como agir em situações específicas.
O professor, pesquisador e consultor Richard Shell aborda em seu livro “Negociar é Preciso”, as diferenças entre dois estilos de negociadores: os cooperativos e os competitivos. A seguir, vamos explicar como identificá-los e como cada um pode se desenvolver para se tornar um negociador mais completo e eficaz.
3.1. Estilo Competitivo
Entre os atributos que caracterizam um negociador competitivo, estão as ofertas iniciais irreais e a preferência por deixar o outro fazer a primeira proposta. Isso acontece porque ele quer tirar o maior proveito possível para si, buscando sempre ter uma vantagem e oferecendo poucas concessões.
Para conseguir o que quer, evitará fornecer informações, ao mesmo tempo que buscará extrair o máximo do outro. Esse comportamento fechado demonstra que não há interesse em uma relação, mas somente em beneficiar-se naquela situação. O outro é visto como oponente ou adversário.
O negociador competitivo, sob esses aspectos, entende a negociação como um jogo a ser vencido, dentro do conceito ganha-perde — quanto mais eu ganho, mais o outro perde; quanto menos eu perco, menos o outro ganha.
Esses aspectos podem levar à perda de acordos mais duradouros e a problemas de relacionamentos, magoando colegas, clientes e fornecedores e perdendo a confiança deles.
Esse estilo necessita prestar mais atenção às outras pessoas e em suas reais necessidades. É preciso demonstrar reconhecimento pelo outro lado, protegendo a autoestima do outro.
3.2. Estilo Cooperativo
Os negociadores cooperativos, por sua vez, não enxergam o outro como oponente ou adversário. Eles são mais dispostos a revelar dados e a fazer concessões e ofertas realistas, pois querem que o relacionamento seja preservado e que continue no futuro.
Assim, o negociador cooperativo, sob esses aspectos, entende a negociação como um processo de compartilhamento de informações, ideias e opções, para a busca de ganhos mútuos, dentro do conceito ganha-ganha.
Opções bem trabalhadas e debatidas aumentariam, em tese, as chances de um bom negócio para todos. Porém, é perigoso que o negociador cooperativo forneça mais informações do que o necessário e que seja passado para trás, caso não consiga defender os próprios interesses e acabe aceitando concessões prejudiciais à si mesmo e à empresa. Ou então, caso precise abandonar a negociação, pode se sentir extremamente frustrado.
Esse estilo de profissional precisa desenvolver assertividade, confiança e prudência. Precisa despender mais tempo se preparando e estabelecendo expectativas mais elevadas. Precisa insistir mais em compromissos, e não apenas em acordos. Contrariamente à crença popular, as pessoas cooperativas parecem ter um grande potencial para se tornarem negociadores muito eficazes.
Ao identificar qual é o seu próprio estilo e qual o estilo dos colaboradores da equipe, bem como os estilos daqueles com os quais negocia, é possível conseguir relacionamentos e acordos mais proveitosos para todos.
Reciprocidade é essencial
Essas técnicas são essenciais em diversos tipos de negociações, desde ajustes salariais até aquisições multinacionais. O autoconhecimento e a compreensão do outro são fundamentais. Identificar nossos estilos, posturas e metas, assim como entender as do outro negociador, é crucial para agir com respeito, objetividade, empatia e assertividade.
Como disse Richard Shell, na negociação, a reciprocidade é como o ritmo em uma dança. Ambos os lados estão igualmente envolvidos, independentemente das posições divergentes, pois compartilham interesses comuns.
Se você conhece alguém que pode se beneficiar dessas técnicas de negociação, compartilhe este post em suas redes sociais!
A CR BASSO Educação atua há 25 anos no segmento de treinamentos e consultoria. Oferecemos um extenso portfolio de produtos (são mais de 100 cursos) apresentados na modalidade in company e destes, 28 são apresentados na versão de programa aberto.
Desde a pandemia que nos obrigou ao distanciamento social, somos pioneiros na apresentação de cursos no formato ONLINE AO VIVO com um grande diferencial. Nossos cursos são apresentados ao vivo diretamente de Estúdios Profissionais de TV, o que proporciona uma experiência incrível de aprendizagem
A CR BASSO Educação está há 14 anos eleita entre os 100 Melhores Fornecedores para RH de acordo com pesquisa nacional promovida pela Revista Gestão e RH. Em quatro dos últimos seis anos a CR BASSO Educação foi eleita a Melhor Empresa no Segmento de Consultoria e Treinamento do país, o que muito nos orgulha.
Conheça nossos produtos e todo nosso campo de atuação.
Estamos ansiosos por seu contato.
Se você gostou do artigo, compartilhe com seus amigos(as).
Nosso obrigado. Equipe CR BASSO.